ROTA VICENTINA

 

Fazer a costa mais ocidental da Europa, a pé, era um projecto adolescente ainda por realizar. Agora era preciso começar por algum lado. Reunida a informação (o site Rota Vicentina é, sem dúvida, a melhor fonte -, preparada a mochila, saco-cama e tenda, apanhei o expresso para Vila Nova de Mil Fontes, onde cheguei ainda a tempo de jantar. No dia seguinte esperavam-me 35 km de caminhada até Zambujeira do Mar, a maior parte por terreno arenoso, sempre junto à falésia.

Começa aqui o relato de uma caminhada, a solo, que me faria chegar ao Algarve, cinco dias depois.

 

De Vila Nova de Mil Fontes a Almograve

 

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Vila Nova de Milfontes, Portugal, July 2015, © Carlos Catalao

Saio às 8 horas da manhã, rumo ao sul, disposto a atravessar a ponte rodoviária sobre o estuário do Mira. Posso escolher uma alternativa mais interessante – o barco até à Praia das Furnas -, mas é demasiado cedo. E, já agora, se o desafio é mesmo caminhar, acabo por me convencer que a travessia pela ponte trará surpresas agradáveis, e não me engano, como veremos.

A primeira, agradável, é a vista deslumbrante sobre o porto de Milfontes, a segunda, não tão agradável, a dificuldade em encontrar o caminho certo.

Aviso à navegação: é preciso atenção redobrada para não perder o minúsculo portão de madeira que dá acesso à Vila Formosa, e que fica logo à direita, cerca de 500 metros a partir do final da ponte.

Encontrada a descida para a Praia das Furnas, a partir da Vila Formosa, é preciso continuar até subir uma ladeira que nos leva, mais à frente, ao primeiro obstáculo: uma enseada minúscula e alagada, que é preciso atravessar pedra sobre pedra e escalar moderadamente até ao topo da falésia.

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Sinalização da Rota Vicentina, Portugal, July 2015, © Carlos Catalao

A partir daí é seguir sempre em frente, por um trilho largo, sempre entre vegetação pouco densa, até desembocar na primeira surpresa: uma vastíssima plantação de relva, finda a qual é preciso concentração para não perder o sinal de viragem à direita. O caminho torna-se estreitíssmo, por dentro de um verdadeiro túnel de vegetação que termina numa pequena ponte de madeira.

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Praia de Brejo Largo, Portugal, July 2015, © Carlos Catalao

Passada a ponte, eis-me perante uma praia a perder de vista … Sigo pelas dunas, sempre atento à sinalização discreta. Eis a segunda surpresa: um esforçado ciclista luta com o areal num esforço vão – acaba por desmontar e retribuir o meu cumprimento irónico, de boa sorte. Nunca mais o vi até chegar a Almograve.

 

De Almograve à Zambujeira do Mar

 

Igreja de Almograve

Igreja de Almograve, Portugal, July 2015, © Carlos Catalao

Selfy

Auto-retrato, Portugal, July 2015, © Carlos Catalao

Selfy

Farol do Cabo Sardão, Portugal, July 2015, © Carlos Catalao

Sinalização da rota, Portugal, July 2015, © Carlos Catalao

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